(Com carinho para Maria Borges)
A Rosa Mística
1- “ Ó Virgem Mãe, filha do Filho teu,
humilde e mais sublime criatura,
pedra angular do desígnio do Céu;
4- tu foste aquela que humana Natura
assim enobreceu, que o seu Feitor
não desdenhou de assumir sua figura.
7- Reacende no ventre teu o Amor,
por cujo o alento, na eterna bonança,
germinou aqui esta divina Flor.
10- Raio és aqui que um Sol merídio lança
de caridade e , entre os mortais, na Terra,
és a perene fonte da esperança.
(...)
19- Em ti misericórdia, em ti piedade,
em ti grandeza; é em ti que se consuma
quanto haja uma criatura de bondade.
22- Ora est(a) que da ínfima pra suma
situação do Universo olhando vem
vidas espirituais, de uma em uma,
25- A Graça pede a ti de que também
a virtude dos olhos seus levantes,
por subir a visão do Sumo Bem.
28- E eu que por minha vista nunca antes,
que ora por sua, mais ardi, toda prece
te oferto, e espero que sejam bastantes
31- pra que da névoa ele se desempece
da humanidade sua, tão que de Deus
tenha a visão que a tua Graça oferece.
34- E mais, Rainha que os desejos teus
podes querer, rogo que guardes sãos,
após tanta visão, os afetos seus.
37- Vença a tua guarda os humanos desvãos;
vê, por minha oração, quantos beatos
à volta de Beatriz juntam as mãos.”
(...)
64- Assim, ao Sol a neve se destila;
assim ao vento, em suas folhas volantes,
se perdiam as respostas da Sibila.
67- Ó Suma Luz que tanto, dos errantes
mortais, te elevas, ora à minha mente
um pouco reapareças como dantes,
70- e faças minha língua tão potente
que uma centelha apenas de tua glória
possa deixar para futura gente;
(...)
82- Ó Farta Graça, por quem incidir
ousei os olhos meus na Luz Eterna,
tão fundo até nela me consumir!
(...)
124- Ó eterna Luz que repousas só em Ti;
a Ti só entendes e, por Ti entendida,
respondes ao amor que te sorri!
(...)
139- Mas não tinha o meu vôo um tal poder;
até que minha mente foi ferida
por um fulgor que cumpriu Seu querer.
142- À fantasia foi-me a intenção vencida;
mas já a minha ânsia, e a vontade, volvê-las
fazia, qual roda igualmente movida,
145- o Amor que move o Sol e as mais estrelas.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
Canto XX- Paraíso
88- "Vejo bem", disse, "que essas coisas crês,
saber como, porque as digo eu,
que, acreditando, ocultas inda as vês.
91- Tu fazes como aquele que aprendeu
da coisa o nome, mas não sua essência,
que ele não vê se alguém não lhe alça o véu.
94- REGNUM COELORUM suporta a violência
se de tanta esperança ardente for
que até vença a divina Providência;
97- não como homem de homem agressor,
mas a vence porque Ela ser vencida
deseja, e vence com o seu amor.
(...)
133- E vós mortais, freai vossos conceitos,
ao sentenciar, que inda nós, que Deus vemos,
não conhecemos todos os eleitos;
136- dessa falta contentes nos fizemos,
pois nosso bem nesse bem se refina,
que aquilo que Deus quer é o que queremos".
saber como, porque as digo eu,
que, acreditando, ocultas inda as vês.
91- Tu fazes como aquele que aprendeu
da coisa o nome, mas não sua essência,
que ele não vê se alguém não lhe alça o véu.
94- REGNUM COELORUM suporta a violência
se de tanta esperança ardente for
que até vença a divina Providência;
97- não como homem de homem agressor,
mas a vence porque Ela ser vencida
deseja, e vence com o seu amor.
(...)
133- E vós mortais, freai vossos conceitos,
ao sentenciar, que inda nós, que Deus vemos,
não conhecemos todos os eleitos;
136- dessa falta contentes nos fizemos,
pois nosso bem nesse bem se refina,
que aquilo que Deus quer é o que queremos".
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