sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Eu que não sei quase nada do mar



Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer

Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim

Clara, noite rara, nos levando além
da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos
na escuridão

Me agarrei nos seus cabelos
Sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas
Como faz o mar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer

Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Depois das loucuras simultâneas, Lacan se interessou pelos distúrbios da linguagem escrita ao apresentar ainda um caso de paranóia feminina . (...) Tratava-se de uma certa Marcelle, (...) que se considerava Joana d´Arc e queria regenerar a França. Ela julgava que seus escritos tinham um valor revolucionário : "Faço evoluir a língua", "é preciso sacudir todas essas velhas formas" (...). Eis uma amostra de seus escritos "inspirados":
Paris, aos 14 de maio de 1931. Sr. Presidente da República (...) em em vilegiatura nos pães-de-mel e nos trovadoces, Sr. Presidente da República invadida de zelo, Gostaria de tudo saber para vos fazer o mais camundongo logo poltrão e canhão de prova mas estou demasiado longe para adivinhar. Maldades que se fazem aos outros convém adivinhar que meus cinco gansos de Vals são descompostura e que sois o bobão da Santa Virgem e de perdão literário. Mas é preciso tudo reduzir da nomenclatura de Alvergne pois sem lavar as mãos em água de rocha se faz mijadura em leito seco e madalana é sem trair a putinha de todos esses de fresca barba por ser o melhor de suas oraies n a voz é doce e a pele fresca. Gostaria de ter amaldiçoado tougnate sem causar o prejuízo de vida plenária e sem custo se faz polícia judiciária. Mas é preciso espantar o mundo por ser o velhaco maldito de barbaranela e sem leito se faz tougnate.