quinta-feira, 7 de julho de 2011

XIII

- Queres voar, Samsara? Queres trocar o moroso das pernas
Pela magia das penas, e planar coruscante
Acima da demência? Porque te vejo às tardes (desejosa)
De ser uma das aves retardatárias do pomar.

Aquela ali talvez, rumo ao poente.

Pois pode ser, lhe disse. Santos e lobos
Devem ter tido o meu mesmo pensar. Olhos no céu
Orando, uivando aos corvos.

Então aproximou-se rente ao meu pescoço:
- Esquece texto e sabença: as cadeias do gozo.
E labaredas do intenso te farão o vôo.