A Damizela sob a tenda, que surge nesse momento,
corresponde, na cabala, à noção de Shechiná
. Na tradição judaica (...) é um sinal da Presença concreta e viva de Deus
em sua criação. (...) tem a função de intermediário entre o Divino e o
criatural.
O presente episódio ilustra a maneira conforme a qual essa
presença divina, a Shechiná, estará ferida,
será negada, será rejeitada. A fonte de imortalidade associada à Água da Vida
(eterna) passou a estar limitada devido a temporalidade. Isso levará à criação
do “eu” solar (o ego/ a Águia) e da sua contraparte constitutiva: o orgulho.
Notas do editor:
- A etimologia: “Dame-oiselle”, ou seja, “Dameoiseau”: “dama
pássaro”, evoca, pelo pássaro (oiseau em
francês) o reconhecimento da realidade espiritual.
- Esse nome “Shechiná”
deriva de “Schacan”, que significa “permanecer
sob uma tenda”. Ver também a Shakti, esposa de Shiva, o divino, na tradição hindu. Outra relação pode ser estabelecida com a Ísis da
tradição egípcia
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